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segunda-feira, 30 de março de 2009

Agradecimento

Os Alunos e Professores da Turma 6ºB gostariam de agradecer publicamente à Professora Ana Abreu, coordenadora da BE, por toda a ajuda que nos deu na criação deste Blog.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Inês de Castro na Literatura

Foi no séc. XVI que surgiu a primeira obra literária, sobre os amores de D. Pedro e D. Inês, com as “Trovas à Morte de Inês de Castro”, de Garcia de Resende, publicadas em 1516.

Conheceu-me, conheci-o,
Quis-me bem e eu a ele,
Perdeu-me, também perdi-o
Nunca té morte foi frio,
O bem que, triste, pus nele…


“Os Lusíadas” de Luís Vaz de Camões, constituíram a maior influência na lenda, com o episódio da “linda Inês”.

Estavas ,linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo o doce fruito
Naquele engano de alma doce e ledo
Que a fortuna não deixa durar muito
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.

Luis Vaz de Camões

A trágica história de Pedro e Inês inspirou poetas e escritores de várias épocas, como Ruy Belo, Sophia de Mello Breyner, Miguel Torga, entre muitos outros.

Inês como que pela vez primeira água nos olhos tem
Que vem quer da tristeza quer da alegria
Que ela de manhã sempre brandia
E amanhecer fazia o próprio dia.

Ruy Belo

« Supõe-se geralmente que a lenda de Inês de Castro é de formação popular. O povo, diz-se,sentiu-se tão vivamente impressionado por aqueles amores bucólicos, por aquela final catástrofe, que foi desde logo elaborando, na sua viva imaginação, essa lenda terníssima, que hoje mesmo, volvidos muitos séculos, nos comove profundamente»







“Reis e Rainhas de Portugal”, de António Salvador, Maria de Lurdes Marcelo e “Uma Aventura na Quinta das Lágrimas” de Ana Maria Magalhães, Isabel Alçada foram os livros que serviram de base aos nossos trabalhos.







«A Quinta das Lágrimas é um dos lugares mais românticos do nosso país. Foi aqui que no século XIV foram vividos os amores de D. Pedro e Inês de Castro. Os ecos do seu romance ainda hoje se fazem ouvir por entre as copas das árvores centenárias e no correr da água que brota das frescas fontes que nasceram das lágrimas da bela Inês.»


“O amor de Pedro e Inês contado aos pequenotes” de Vanda Furtado Marques e Susana Silva é um conto para crianças.

Andreia Carreira, Daniel Ribeiro, Gonçalo Teixeira

Consultar mais bibliografia no blogue da nossa BE http://befcps.blogspot.com/

Inês de Castro nas Artes

Na pintura, é de salientar o quadro “A Súplica de Inês de Castro”, do pintor Francisco Vieira de Matos. Em 1807, esta obra foi levada para o Brasil pela Corte Portuguesa. Actualmente encontra-se no Museu de Arte Antiga em Lisboa.












Na arte contemporânea, Costa Pinheiro serviu-se da temática das cartas de jogar para retratar D. Pedro e D. Inês.
























Na escultura, Inês de Castro foi representada numa estátua de mármore da autoria do escultor José Simões de Almeida.

O tema dos amores de D. Pedro e D. Inês também foi tratado no cinema, em 1945, com o filme “Inês de Castro”, do realizador Leitão de Barros. O filme teve tanto sucesso que em 1948 estreou-se em França e na Alemanha.

Na área do teatro, salienta-se:
“A Culpa foi da Inês”, apresentado pela SA Marionetas – Teatro e Bonecos. O tema de Inês de Castro aparece pela primeira vez em teatro de marionetas, relatando os factos de uma forma divertida.

“Lágrimas de Inês”, pelo O Teatrão para a infância de Coimbra. O tema desta peça desenvolve-se em torno da lenda das águas de Coimbra.
“História de Pedro e Inês”, espectáculo audiovisual baseado em teatro e bailado.
Na dança, o bailado “Pedro e Inês” de Olga Roriz, pelo elenco da Companhia Nacional de Bailado.


Em 2005, no decorrer das comemorações dos 650 anos da morte de Inês de Castro, realizaram-se vários eventos nos locais que estão ligados à trágica história de D. Pedro e D. Inês: Montemor-o-Velho, Convento de Santa Clara, Quinta das Lágrimas e Mosteiro de Alcobaça.
Ao longo desse ano, realizaram-se: exposições, teatro, dança, concertos e música da época, cinema, poesia, colóquios, entre outros.
A moda também esteve presente no Museu Nacional do Traje, em Lisboa, com a exposição “Trajes para D. Inês” que esteve a cargo de dez estilistas portugueses. Esta exposição pretendeu ligar à actualidade o mito de Inês de Castro na história de Portugal.

Em 2008, um grupo de artistas plásticos contemporâneos realizaram uma exposição com o tema “Laboratório Afectos” nos jardins da Quinta das Lágrimas, com obras que abordam aquele espaço como cenário histórico dos amores de Pedro e D. Inês. Esta exposição pretendeu ligar a arte, a natureza e o amor trágico.

Filipa Colaço, Marina Naumyco, Miguel Faustino, Oswald Freitas

Mosteiro de Santa Clara e Mosteiro de Alcobaça

Mosteito de Santa Clara

Inês de Castro, morta no dia 7 de Janeiro de 1355, foi enterrada no Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra. Este edifício situa-se na margem esquerda do rio Mondego, perto da baixa da cidade. Foi mandado construir por D. Isabel de Aragão, em 1314.
Devido ao alagamento provocado pelas cheias do rio Mondego, o mosteiro ficou em ruínas e foi abandonado. Em 1991, foi reconstruído e voltou a abrir parcialmente ao público em 2008.

Mosteiro de Alcobaça

O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, também conhecido como Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça ou simplesmente como Mosteiro de Alcobaça é uma construção gótica. Foi começado em 1178 pelos monges de Cister. Em 1883, esta ordem religiosa desfez-se e os monges abandonaram o mosteiro. Está classificado como Património da Humanidade pela Unesco e como Monumento Nacional, desde 1910. Em 2007 foi eleito como uma das sete maravilhas de Portugal. É constituído por uma igreja e vários claustros.


A igreja do Mosteiro de Alcobaça é a maior de Portugal. É constituída por uma nave central e duas naves laterais, criando a imagem de uma cruz.

Ao longo dos séculos, realizaram-se muitas obras e transformações no mosteiro. Nas primeiras décadas do séc. XIV, construiu-se o Claustro de D. Dinis. Este claustro é constituído por dois andares. No séc. XVI foi acrescentado o segundo piso.

A sacristia medieval foi substituída, no tempo de D. Manuel I (1495-1521), por uma sacristia com um átrio. Ao mesmo tempo, construiu-se a Capela Senhor dos Passos.
No interior do mosteiro destaca-se ainda, a Sala do Capítulo, a cozinha dos Monges e o Dormitório.

Os túmulos de D. Pedro I e D. Inês de Castro, os mais belos túmulos medievais situam-se na Nave Central. Do lado direito, o de Inês de Castro, do lado esquerdo, o de D. Pedro. As esculturas do túmulo de D. Pedro representam cenas da vida dos dois apaixonados desde a chegada de Inês a Portugal.


Carolina Silva, Francisco Aguiar, João Henriques e Patrícia Gonçalves

Quinta das Lágrimas

A história da Quinta das Lágrimas está ligada ao romance de amor mais famoso e mais trágico da História de Portugal.
No tempo de Pedro e Inês, a zona onde hoje fica a Quinta das Lágrimas era uma mata que pertencia à coroa, junto ao rio Mondego em Coimbra. Havia ali um pequeno pavilhão onde os caçadores pernoitavam ou descansavam depois de terem cavalgado atrás de veados, raposas e javalis. Aqui e além brotavam nascentes de água fresca, límpida, boa para matar a sede às plantas, aos animais e aos homens que por lá passavam.
As fontes são o elemento mais precioso deste local. Duas fontes de água límpida saem da rocha: a fonte dos Amores onde, segundo a lenda, D. Inês e D. Pedro costumavam encontrar-se, e a fonte das Lágrimas, onde Inês foi assassinada. Junto a esta fonte foi colocada uma pedra com parte dos versos que o poeta Luís de Camões dedicou a Inês de Castro. A fonte parece relembrar a tragédia de Inês com as algas de cor avermelhada que, segundo a lenda são o sangue de Inês.


Fonte das Lágrimas



As filhas do Mondego, a morte escura
Longo tempo chorando memoraram
E por memória eterna em fonte pura
As lágrimas choradas transformaram
O nome lhe puseram que ainda dura
Dos amores de Inês que ali passaram
Vede que frescura fonte rega as flores
Que as Lágrimas são água e o nome amores.

Luís de Camões, “Os Lusíadas”

Nesta quinta, além dos jardins e da mata, também existe um palacete, do séc. XIX, hoje transformado em hotel. À volta do palacete, há um jardim com árvores e arbustos. No caminho que conduz à fonte foram plantadas duas árvores enormes, as sequóias.



Sequóia

Do Jardim Medieval manteve os muros de pedra solta e espécies de plantas usadas nos jardins do tempo da Rainha Santa Isabel e de Pedro e Inês. É um jardim com relva, uma fonte medieval e várias plantas: rosas, lírios, framboesas, morangos, alcachofras e erva cidreira. Nos canteiros rodeados por pedra crescem abóboras, alfaces, salsa, violetas e tantas outras.










A Mata da Quinta ocupa as encostas de onde se avista a cidade de Coimbra. Existem árvores entrelaçadas, troncos caídos e caminhos de terra batida. Algumas árvores foram plantadas no séc. XIX, como cedros, pinheiros e sequóias.

Quinta das Lágrimas

It was at Quinta das Lágrimas that in the XIVth century Prince Pedro and Inês de Castro lived their forbidden love affair. Legend says that it was love there that Inês cried for the last time, while being persecuted by the dagger of the killers sent by King Afonso, Pedro’s father.
Her blood stills colours the stone-bed of the fountain that was born of her tears. The tears gave the name to this Romantic estate.

Bruno Gil, Filipa Castilho, João Silva, Stefany Paula

A vida quotidiana no tempo de D. Pedro e D. Inês de Castro

Na época medieval, a população dividia-se em três grupos principais: nobreza, clero e povo, cada um com modos de vida muitos diferentes.

O quotiodiano na nobreza

Os tempos livres dos nobres eram ocupados com actividades como caçar, montar a cavalo, treinar aves (como falcões) e exercitar-se no manejo das armas (espada, lança, arco e flecha). Os escudeiros ajudavam os nobres a carregar as armas e a vestir as armaduras. Os torneios equestres eram exercícios de combate praticados em tempo de paz. Os cavaleiros da idade média, quando não estavam em batalha, dedicavam-se a competições que podiam ter três provas: o torneio, a justa e o combate a pé.

As damas nobres viviam mais no interior das suas casas. Podiam passear pelos campos e jardins, acompanhadas pelas suas aias.

A alimentação da nobreza organizava-se em dois momentos principais: o jantar e a ceia. A carne era quase sempre assada e, em ocasiões especiais, vinham para a mesa os animais inteiros.
Para animar as refeições existiam os bobos, jograis (músicos e cantores) e malabaristas.

O mobiliário da época era pouco variado: existiam mesas nas salas de refeições, com bancos ou cadeirões, arcas, camas nos quartos e pouco mais. Para dar um maior conforto, o chão era coberto com tapetes e almofadas e as paredes com tapeçarias. A lareira servia para aquecimento e iluminação em conjunto com velas e archotes.

O vestuário, no séc. XIV, também não era muito variado. Quando as cidades começaram a crescer, surgiram tendas em feiras, dirigidas por tecelões, alfaiates, remendões e outros artesãos que faziam roupas. Os homens vestiam pelotes (uma espécie de casacos sem mangas ou com mangas curtas), pelo joelho e meias justas às pernas. Tanto homens quanto mulheres usavam mantos ou capas. Os vestidos das mulheres eram compridos e justos no busto. Punham redes nos cabelos, usavam véus e panos para cobrir o pescoço. Os homens usavam na cabeça capuzes com pontas compridas. O calçado tinha uma forma pontiaguda e era feito em pano, com a sola presa por correias.
As roupas das classes dominantes tinham muitos enfeites e acessórios, como botões e cintos ornamentados com pedrarias. Os tecidos variavam de acordo com a classe social. Os nobres vestiam seda e enfeitavam as roupas com peles valiosas.

O quotidiano no povo

O quotidiano do povo era muito diferente do que se passava na nobreza. Muitos trabalhavam nas terras da nobreza ou dos mosteiros, onde pagavam várias rendas ou impostos. Raramente tinham terras suas. Alguns, ganhavam algum dinheiro e estabeleciam-se por conta própria nas cidades. Eram os burgueses.
As feiras eram motivo de grande animação. Vinham produtores de outras regiões, chegavam visitantes em busca dos produtos que lhes faziam falta e juntava-se todo o tipo de divertimentos: saltimbancos, malabaristas, jograis cantando trovas de amor e jogos de diversos tipos. A música e a dança eram presença certa em dias de feira. Os instrumentos da época incluíam flautas, trombetas, tambores e instrumentos de corda.

A vida nos mosteiros

O clero foi, durante muito tempo, o único grupo social que sabia ler e escrever e que através da leitura, tinha acesso a conhecimentos sobre vários assuntos. O clero que vivia nos mosteiros dedicava-se à oração, ao estudo e à assistência aos necessitados.


Liliana Fernandes, Luís Reis, Raquel Ferreira, Artur Holovchenko, Stefany Paula



Adaptação do livro "Era uma vez um rei" de Ana Oom

quarta-feira, 25 de março de 2009

História e lenda



D. Pedro I foi um rei que viveu uma grande história de amor com Inês de Castro. Era filho de D. Afonso IV, rei de Portugal e de D. Beatriz de Castela.





D. Beatriz e D. Afonso IV



Neste tempo, o casamento era considerado um acordo político e eram os pais que decidiam o futuro dos filhos quando estes eram ainda muito novos. Assim, D. Afonso IV decidiu o destino do seu filho Pedro, combinando casá-lo com D. Constança, uma nobre castelhana.

Em 1340, organizaram-se grandes festejos em Lisboa para receber a noiva do príncipe herdeiro. Houve música, danças e poesia de trovadores. Inês de Castro, filha de um nobre galego, era a dama de companhia de D. Constança. A beleza de Inês fez com que o príncipe D. Pedro reparasse nela. Ao conhecerem-se, D. Pedro e D Inês apaixonaram-se. Mas o casamento de D. Pedro e D. Constança realizou-se, do qual nasceram três filhos: D. Maria, D. Luis e D. Fernando.

O romance de Pedro e Inês manteve-se durante o casamento com D. Constança. O rei D. Afonso IV era contra este amor, pois receava que a influência dos irmãos de Inês pudesse colocar em causa a independência de Portugal.
D Inês refugiou-se no Castelo de Albuquerque, que pertencia à sua família, mas apesar da distância, Pedro e Inês continuavam cada vez mais apaixonados.

D. Constança morreu depois do nascimento do Infante D. Fernando. Desde então, D. Pedro e D. Inês assumiram o seu amor e passaram a habitar os Paços de Santa Clara,. numa das margens do rio Mondego, em Coimbra. Tiveram quatro filhos: Afonso, João. Diniz e Beatriz.

O príncipe resolveu passar uma temporada com Inês e os filhos no pavilhão de caça da mata real que hoje se chama Quinta das Lágrimas.

Entretanto, em Lisboa, D. Fernando, filho de D. Pedro e D. Constança, ia sendo educado para um dia ser rei. O que aconteceria se D. Inês, fidalga castelhana, viesse a ser rainha? Era bem possível que um dos seus filhos viesse a ser rei de Portugal. Seria então fácil a nobreza castelhana tomar o poder e Portugal perder a independência.

Aquela situação nunca foi bem aceite na corte e, entre calúnias e acusações foi surgindo a ideia de pôr fim ao romance e D. Afonso IV decide mandar matar Inês de Castro.

No início de 1355, o príncipe D. Pedro não podia imaginar o que estava para acontecer à sua bela Inês. Por isso, partiu para mais uma caçada por montes e florestas, com os seus amigos.





No dia 7 de Janeiro, Inês de Castro foi surpreendida pela chegada do rei D. Afonso IV e conselheiros.
Rodeada dos seus filhos, Inês implorou ao rei que lhe poupasse a vida em consideração pelos seus netos. Apesar dos apelos, os conselheiros mataram Inês, na quinta onde vivia, em Coimbra. Esta ficou conhecida como a Quinta das Lágrimas, pois reza a lenda que foi neste local que Inês chorou as suas últimas lágrimas.

Ao saber da notícia, D. Pedro, revoltado, desafiou o rei, mas a rainha, D. Beatriz convenceu o filho a não entrar em guerra com o pai. Contudo, D. Pedro jurou castigar os responsáveis pela morte da sua amada. Quando subiu ao trono, em 1357, não esqueceu o ódio e mandou matar Álvaro Gonçalves e Pêro Coelho, os assassinos que cruelmente mataram a sua Inês.

Como prova do seu amor eterno, D. Pedro I mandou construir dois túmulos, um para ele e outro para Inês, no Mosteiro de Alcobaça.
Em 1361, fez-se a transladação do corpo de Inês de Castro, do Convento de Santa Clara, em Coimbra, para o Mosteiro de Alcobaça. O cortejo fúnebre fez-se seguido por uma multidão de populares, nobres e clérigos. Pelo caminho, seguiam filas de criados com tochas acesas. Todos faziam vénias à passagem do caixão.
Aquelas manifestações mostravam que o amor resistia para além da morte.
Diz a lenda que D. Pedro fez coroar Inês de Castro rainha e obrigou a nobreza a beijar-lhe a mão, depois de morta.





Em 1367, morre D. Pedro I. Foi sepultado no túmulo em frente ao de Inês de Castro. E até aos dias de hoje, os dois eternos namorados repousam juntos, unidos pelo amor que não tem fim, através da simbologia gravada na pedra dos túmulos ”Até ao fim do Mundo”.




Contexto histórico da época

- 1320: Em Coimbra, a 8 de Abril, nasce o príncipe D. Pedro, filho de D. Afonso IV, rei de Portugal, e de sua mulher D. Beatriz.
- 1340: D. Afonso IV participa na batalha do Salado ao lado de Afonso XI de Castela; é a vitória decisiva da cristandade sobre os mouros da Península Ibérica; Inês de Castro, dama galega, vem para Portugal no séquito de D. Constança, noiva castelhana de D. Pedro; futura paixão de Pedro por Inês; casamento de D. Pedro e D. Constança.
- 1345: Nasce D. Fernando, filho de D. Constança e de D. Pedro.
- 1349 ?: Morte de D. Constança.
- 1354: Influenciado pelos Castro (irmãos de Inês), D. Pedro mostra-se disposto a intervir nas lutas dinásticas castelhanas.
- 1355: A 7 de Janeiro, com o consentimento d’el-Rei D. Afonso IV, Diogo Lopes Pacheco, Pedro Coelho e Álvaro Gonçalves matam Inês de Castro; revolta de D. Pedro contra o pai.
- 1357:Morte de Afonso IV; D. Pedro sobe ao trono e manda executar os assassinos de Inês de Castro.
- 1361: D. Pedro I manda transladar os restos mortais de D. Inês de Castro, do Convento de Santa Clara (Coimbra) para o Mosteiro de Alcobaça.
- 1367: A 18 de Janeiro morre D. Pedro I em Estremoz, sendo posteriormente sepultado em Alcobaça





D. PEDRO I - O JUSTICEIRO



D. Pedro I preocupou-se sempre em castigar quem cometesse algum crime. Castigava um nobre e defendia um pobre. Foi um rei que soube evitar as guerras, tão frequentes naqueles tempos. Aumentou o tesouro, cunhou moeda de prata e ouro e era generoso porque dizia: “Dia em que o Rei não dá, não merece o nome de Rei”.
D. Pedro I queria que o seu povo vivesse bem. Protegeu os fracos contra os ricos, ainda que, por vezes, com crueldades e exageros. Uma personalidade feita de grandes contrastes, foi muito amado por uns e odiado por outros.
Além de O Justiceiro, D. Pedro I ficou com o cognome de O Cru ou O Cruel pela crueldade na morte dos assassinos de D. Inês de Castro.


Descendência


Primeiro casamento: Branca, princesa de Castela (repudiada)

Segundo casamento: Constança Manuel, princesa de Castela (1320-1349)

Luís de Portugal (1340)
Maria, princesa de Portugal (1342-1367), casada com Fernando, príncipe de Aragão
Fernando, rei de Portugal (1345-1383)

Terceiro casamento: Inês de Castro (1320-assassinada em 1355)

Afonso de Portugal (morto em criança)
Beatriz, princesa de Portugal (1347-1381)
João, príncipe de Portugal (1349-1387)
Dinis, infante de Portugal (1354-1397)
Teresa Lourenço
João I, rei de Portugal (1357-1433)





D. INÊS DE CASTRO


Inês de Castro nasceu em 1325, em Monforte, província de Vigo. Era filha bastarda de Pedro Fernandes de Castro, poderoso senhor galego e de Aldonza Soares de Valladares, uma portuguesa. Inês era bela, alegre, loira e de olhos verdes. A beleza de Inês despertou desde logo a atenção do príncipe, que veio a apaixonar-se por ela.

Liliana Fernandes, Luís Reis, Raquel Ferreira, Artur Holovchenko

terça-feira, 17 de março de 2009

Dramatização




Ficha Técnica
- Apresentador – Luís Carlos Reis
- Narrador – Daniel Ribeiro
- D. Pedro- Rodrigo Gonçalves
- D. Inês de Castro – Beatriz Ferreira
- D. Afonso IV – António Palminha
- D. Beatriz- Matilde Flores

Vestuário – Beatriz e Matilde





Manipuladores dos fantoches: António, Beatriz, Rodrigo, Matilde, Patrícia



Exposição de Fantoches na BE

D. Pedro e D. Inês, uma história de amor

NARRADOR
Era uma vez um menino chamado Pedro. Pedro adorava passear pelos campos, observar os animais e não era capaz de esconder o desejo de se tornar um grande caçador.
Desde muito cedo, o seu pai, D. Afonso IV, preocupado com o futuro do reino de Portugal, tentou arranjar-lhe um casamento. Pedro cresceu e, com vinte anos, o seu pai anunciou:



D.AFONSO IV
- Pedro, chegou a hora de casares. Virá de Castela D. Constança, uma rapariga linda e filha de um homem muito rico. Tenho a certeza de que serão muito felizes e darão a este reino muitos e bonitos herdeiros!







NARRADOR
Tempos depois, quando regressava de um passeio a cavalo, Pedro cruzou-se com uma carruagem que transportava duas raparigas. Ficou fascinado com uma delas. Ao chegar ao seu palácio, encaminhou-se para o salão mais majestoso e ficou surpreendido com o que viu. As duas raparigas da carruagem estavam ali e conversavam animadamente com a mãe de D. Pedro.
Não queria acreditar na beleza de uma delas. Tinha os cabelos soltos, uns longos caracóis dourados e os olhos de um azul cristalino. Também ela olhava o príncipe de uma forma muito especial. Pedro estava certo de que esta seria a sua mulher.
Mal o viu aproximar-se a sua mãe disse-lhe:
D. BEATRIZ
- Vem até aqui, Pedro! Vem conhecer D. Constança. Aqui tens, Pedro, aquela que há-de ser a futura rainha de Portugal, D. Constança. E esta é a sua dama de companhia, Inês de Castro.



NARRADOR
Pedro parecia não ter ouvido bem ou percebido aquilo que a sua mãe lhe tinha acabado de dizer…É que a rapariga que cruzava com ele o seu olhar, era apenas a dama de companhia de D. Constança. Sentiu-se perdido, sem saber o que fazer. Tinha acabado de se apaixonar pela mulher errada e, agora, era tarde demais.
Pedro casou com D. Constança e procurou ser feliz com a mulher que lhe tinha sido destinada.
No entanto, o seu amor por Inês aumentava de dia para dia. Uma manhã, ao cruzar-se com ela num dos corredores do castelo, não resistiu e disse-lhe:
D. PEDRO
- Amo-te Inês! Não suporto mais esconder aquilo que sinto por ti!
D. INÊS
- Também eu te amo, Pedro, mas não podemos trair D. Constança.







NARRADOR
D. Afonso IV era um homem muito atento. Ficou furioso com os rumores desta paixão que começaram a chegar-lhe aos ouvidos. Tinha de agir rapidamente. Esta situação não podia continuar.
D. AFONSO IV
- Vou afastar Inês do reino. Hoje mesmo regressará a Castela! Os problemas deixarão de existir!
NARRADOR
Mas nem isto fez com que Pedro esquecesse Inês e desistisse do seu amor. Um dia, ao chegar ao palácio, foi surpreendido pela notícia da morte da sua mulher, D. Constança. Agora nada podia impedir a sua paixão.
D. PEDRO
- Vou fazer com que Inês regresse a Portugal! Fica a viver em Coimbra, na quinta, junto ao Mosteiro de Santa Clara, e aí seremos felizes.








NARRADOR
Assim, durante uns tempos, os dois viveram felizes.
D. PEDRO
-Como a tua voz é doce…
- Como é franco o teu olhar…
- Que mãos lindas! Que pele suave!
- Que vontade de cantar!
D. INÊS
- Querido Pedro, conheci-te
E a minha vida mudou…
D. PEDRO
- Querida Inês, foi o destino
Que em Portugal nos juntou!
D.INÊS e D. PEDRO
- Nós só queremos ser felizes
Sem fazer mal a ninguém.
Viver este grande amor,
Que nos faz sentir tão bem!
Nós somos Pedro e Inês,
O nosso amor é total!
Tal paixão tornou-se lenda
De alcance mundial!
NARRADOR
D.Afonso IV não estava de acordo e tudo fez para os tentar separar.
D. AFONSO IV
- Não posso permitir que o meu filho, futuro rei de Portugal, se case com essa mulher!
NARRADOR
Os conselheiros apoiaram esta decisão.
D. AFONSO IV
- Só resta uma alternativa, fazer desaparecer Inês de Castro para sempre!











NARRADOR
Assim partiram à procura de Inês e terminaram com a sua vida.
No final do dia, ao voltar de uma caçada, Pedro viu aproximar-se de si um cavaleiro que lhe trazia uma notícia tenebrosa: Inês de Castro estava morta e o culpado era D. Afonso IV, seu pai.
D. Pedro ficou sem saber o que fazer, nem o que pensar. O desespero encheu o seu coração.
D. PEDRO
- O meu pai pagará pelo que fez. Honrarei a minha amada e a sua morte será vingada!
NARRADOR
Alguns anos mais tarde, o seu pai morreu e Pedro deixou de ser príncipe e passou a assumir a função de Rei de Portugal.
Finalmente, podia tornar rainha a sua amada.
D. PEDRO
- Agora que sou rei, tu minha Inês, serás para sempre a minha rainha!
NARRADOR
E, numa grandiosa cerimónia, D. Pedro fez vingar a morte da sua amada e coroou Inês de Castro, Rainha de Portugal.

Adaptação do texto “D. Pedro I o Justiceiro”, António Palminha, Rodrigo Gonçalves
Ilustrações: Beatriz Ferreira, Matilde Flores